A semana em Revista

Esta semana tem sido muito proveitosa em termos de notícias sobre o Mundo Apple.

O anúncio da WorldWide Developers Conference, e a “carta aberta” do Steve Jobs para opinar sobre o mercado da música digital e direitos de autor poderá ter tido mais influência no mundo em que vivemos do que a apresentação do iPhone.

E do sentimento global que a fixação da data da WWDC07 para o período terminal da Primavera não foi feito à toa, já que este é a data indicada desde a apresentação do Leopard para o seu lançamento na versão final, isto é Mac OSX 10.5.

Consegue-se assim, lançar um efeito de desejo, de proximidade e de antecipação que para muitos oblitera a vontade de embarcar logo de início na aquisição de um computador com o Vista. Adia a decisão pelo menos por uns meses, na expectativa de que nessa altura, se poderá esperar um pouco mais para ver, o que segundo os mac Zealots, se designa por Vista 2.0.

O segundo evento, aparentemente inócuo e de ordem pessoal levanta dois pontos interessantes.

Primeiro, o Steve oferece ao mundo uma opinião pessoal, indica o que pensa ser a origem do problema que muitas nações europeias agora levantam no que toca à protecção dos utilizadores. Mas será assim tão pessoal? se assim foi, porque é que foi usada uma página alojada nos servidores da Apple, e não uma carta endereçada às revistas mais conhecidas como por exemplo a Time, que ele tanto gosta, e bons contactos tem…

Segundo, o DRM existe à mais de 5 anos. Até agora já foi comentado por muitos governos, tendo havido em França uma iniciativa gorada de obrigar a abertura do DRM a outros players do mercado. Nenhuma destas acções tinha tido tantas repercussões como uma singela carta aberta e pessoal de um único indivíduo.

Claro que não se não se trata de um indivíduo qualquer.

É o “dono” da maior loja de música digital do mundo, e usa uma coisa que ele domina… a mensagem… este senhor tem o Dom de conseguir dizer aquilo que os seus clientes querem ouvir, mesmo que não o sinta. Já foi muitas vezes conotado com um “distortion field” mas não é nada disso… simplesmente diz aquilo que sabe que os seus clientes querem… neste caso, uma vez que não poderia atacar directamente as companhias discográficas, incitou os seus utilizadores a usar a sua posição “negocial” junto dos governos eleitos para “solicitar” às companhias a autorização da venda das músicas sem DRM.

Será que é o que ele prentende? Será que ele autorizaria a venda dos seus filmes da Disney sem DRM? Ele que dê o primeiro passo. mas acredito que todos os outros players darão um passo atrás… aliás… já se nota isso, havendo já uma resposta da RIAA que indica a sua intenção de obrigar à Apple a abertura do seu DRM a outros vendedores de músicas digital, inclusivamente à Microsoft ou Creative sob pena de retirarem os seus catálogos da loja…

Pessoalmente acho que foram duas jogadas de mestre.

No primeiro caso quebra o impeto dos que pretendem experimentar o vista…

No segundo caso mobiliza a população (que precisa sempre de agente mobilizadores) para unirem esforços, se possível com apoios governamentais para a quebra da hegemonia das companhias discográficas, que em virtude da imposição do seu DRM, acabam por deter uma posição de monopolista junto da Apple… já que se sem DRM não autorizamos, a qualquer momento poderemos usar outro DRM existente no mercado… como por exemplo o da Microsoft. Será que não se trata já de um movimento preparatório para impedir a fuga de algumas delas para a concorrência?

Só o tempo o dirá!

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